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“Ser” ou “Estar” – eis a questão
“Ser” ou “Estar” – eis a questão
Esse artigo fala um pouco sobre a diferença entre dois verbos fundamentais em qualquer idioma: ser e estar. Em algumas línguas esses dois verbos se unem em um só. O assunto não é novo mas é recorrente. Da mesma forma como não se esgotam as dúvidas entre os estudantes de novas linguagens.


Facilidade que complica

Quando ensino Inglês a quem me procura eu falo da facilidade da língua diante do Português. Logo no começo mostro como esse idioma é objetivo falando sobre o artigo definido “THE” que em Português representa quatro símbolos: O, A, OS, AS. O passo seguinte e falar sobre o verbo To be, que no bom Português se desdobra em dois verbos: ser e estar. Se eu sou brasileiro e estou no Brasil fica fácil perceber essa diferença para qualquer pessoa na minha mesma condição. Mas para falantes da Língua Inglesa essa distinção nem sempre é tão óbvia.


Segundo as várias definições dos dicionários, SER significa resumidamente: ter existência real; existir – “as gerações que foram e as que ainda serão”. Não teríamos problemas se fosse outro verbo. O problema é que SER representa uma palavra essencial em qualquer língua. Afinal, como expressar fome, frio, calor ou angústia sem o verbo SER. Se eu SINTO vontade de comer algo e você SENTE vontade aprender, não é difícil expressar a relevância desse vocábulo.


E não menos importante, nos deparamos logo em seguida outro verbo essencial: ESTAR. Voltando ao dicionário vamos destacar uma entre as várias definições: encontrar-se (em certo momento ou lugar, transitoriamente) – “estamos numa época conturbada”. Podemos formar várias frases com o verbo ESTAR como, estou contente, estou cantando, ou estou em Paris.


Se para os grandes pensadores é mais fácil filosofar em Alemão, não vejo forma melhor para explicar a diferença entre SER e ESTAR que não o Português. Mas é possível a gente complicar essa obviedade. Sim, porque se dissermos sinto fome ou estou com fome, não parece que as expressões se misturam? Ou ainda: sinto frio ou estou com frio. Então podemos concluir que realmente os dois verbos são essenciais mas eles se completam ou podem coexistir, quer dizer, serem usados de forma alternada.


To be or not to be

Para encerrar não podemos deixar de trazer à discussão o grande mestre da literatura mundial, William Shakespeare, que em Hamlet questionou a existência ou a não existência, a vida ou a morte. “To be or not to be” em Português é traduzido como “Ser ou não ser – eis a questão”. Talvez tenhamos aí uma forma de diferenciar ou memorizar essa diferença.


Mas se a dúvida ainda persistir lembre-se que SER representa tudo aquilo que se apresenta de forma permanente, como em “Mike é um ser humano”. Já ESTAR diz respeito a algo transitório como em “Mike está triste”, afinal, ninguém fica triste pra sempre.


Já para os apaixonados ou para os que estão entrando em romance a questão não pode ser complicada. Basta virar para o lado e elogiar a pessoa que estiver com você dizendo “you are beautiful”, pois não vai importar muito se você estiver falando que a pessoa está linda ou se a pessoa é linda, é quase certo que essa pessoa vai gostar de qualquer forma.


Quer dizer, não no Brasil, nos tempos em que as produções norte-americana preponderavam. Os produtores dos filmes traduziam “you are beautiful” como “você é linda”. E as mulheres já não queriam ser elogiadas apenas na hora em que se vestiam para ir ao baile, queriam ouvir que sempre eram belas. Não queriam ouvir que estavam lindas. Queriam ouvir: você é linda!







Antonio Martins  

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